sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Rosa Separada – Pablo Neruda

(Um trecho do livro)

Amor, amor, oh separada minha
por tantas vezes mar como neve e distância,
mínima e misteriosa, rodeada
de eternidade, agradeço
não só teu olhar de donzela,
tua brancura oculta, rosa secreta, mas
o esplendor moral de tuas estátuas,
a paz abandonada que me confiastes nas mãos:
o dia detido em tua garganta.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

....hortelã pimenta



USO MEDICINAL
As Hortelãs possuem mais variedades do que os cientistas conseguem detectar. Durante a antigüidade, um médico e cientista chamado Culpepper citou uma lista de 40 moléstias que a Hortelã pode curar. Ela é estimulante, anti espasmódica, diurética e anti térmica. Também é usada para debelar tosses rebeldes, asma, cólicas de origem nervosa e, a HORTELÃ PIMENTA, a mais valorizada de todas da família, é ótima para sinusite, dores de cabeça e gripes.



USO ENERGÉTICO
A hortelã é a erva dos mentalmente lentos. Essas pessoas pensam devagar, recebem o que vem de fora devagar, reagem devagar. Não são desinteressados. São simplesmente lentos. Chegam sempre atrasados aos compromissos, demoram a terminar suas atividades, e acabam sendo criticados e cobrados pelos outros. A Menta trabalha a agudeza da nossa percepção e julgamento diante das situações externas, nos dando condições de decidir mais rápido o que é melhor a ser feito.

USO CULINÁRIO
A Hortelã pimenta embora não seja nativa, adaptou-se muito bem em Cananéia.É usada principalmente em molhos,pirões, saladas e em sucos.


Salada De Mariscos com Carambolas

2 litros de mariscos desmaricados

3 carambolas cortadas em fatias(formato de estrela)

4 tomates verdes picados sem a polpa

2 pepinos japoneses cortados com casca em fatias(leques) fininhas.

Hortelã pimenta picada

Iogourt sem sabor/creme de leite gelado

continuando alfavaquinha



Piperaceae é uma família de plantas Magnoliídeas, que inclui as diversas variedades de pimentas. É predominantemente tropical, e inclui de cinco a oito gêneros e aproximadamente 2000 espécies (quase todas incluídas em Piper e Peperomia). No Brasil ocorrem cinco gêneros e aproximadamente 500 espécies. Pertencem a esta família algumas plantas utilizadas como medicinais, como a pariparoba ou caapeba (Pothomorphe umbellata) e o falso-jaborandi (Piper spp.), além de plantas condimentares, como a pimenta-do-reino (Piper nigrum). Algumas espécies de Peperomia são utilizadas como ornamentais, em canteiros ou em vasos como planta pendente ou ereta, com nome popular igual ao do gênero. Esta é uma família bastante comum nas formações florestais brasileiras, particularmente na Mata Atlântica, onde espécies de Piper são pequenos arbustos ou árvores, sublenhosos, comuns no subosque, principalmente em áreas relativamente alteradas, facilmente reconhecidos mesmo em estado vegetativo, pela presença de nós foliares geniculados e folhas geralmente com base bastante assimétrica. Peperomia, neste mesmo ecossistema, é um dos principais elementos entre as epífitas, sendo plantas geralmente carnosas.È bastante utilizada no sudeste e sul, principalmente para marinar peixes.

Ervas do "nosso quintal



A alfavaca (Ocimum basilicum L.; Lamiaceae), também chamada de manjericão ou manjericão de folha-larga é uma planta cujas folhas são muito utilizadas como temperos; além, disso, é bastante apreciada como planta ornamental devido às suas flores. Costuma-se retirar suas primeiras florações para aumentar o número de folhas e o ciclo da planta.
Na culinária caiçara, as suas folhas são utilizadas como um aromático tempero.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Atala bane foie gras do cardápio do DOM


Segue abaixo entrevista do chef Alex Atala para o caderno Paladar(Estado de SP)


Paladar - É verdade que você não vai mais servir foie gras? Alex Atala - É. Nem foie gras e nem trufa.

A partir de quando?
Desde ontem. Me veio a idéia e decidi. Eu já vinha amadurecendo, mas ontem resolvi de repente.

A motivação foi ecológica?
Não, não tem nada de ecológico. Nem de econômico, nada a ver com a crise, aliás, gasto muito mais para trazer produtos amazônicos do que para comprar foie gras e trufa.

Então qual foi a razão?
O DOM assume sua primeira vocação que é ser brasileiro e por este motivo deixa de servir foie gras e trufa. Coloquei o aviso no cardápio.

Mas o foie gras que você servia não era brasileiro?
Sim, era. Mas em teoria, restaurante que é bacana serve trufa e foie gras. Quero que o DOM seja bacana sem isso.

Então aqui vai uma pergunta bem provocativa: Você também vai deixar de servir Nespresso no DOM?
Não. Não posso ser brasileiro radical. E, aliás, 70 % da matéria prima do Nespresso é café brasileiro. O que estou fazendo é renunciar aos ícones, que durante muito tempo serviram para alavancar os ingredientes brasileiros. Ninguém conhecia o Cambuci, mas servido com foie gras as pessoas comiam. Acho que o DOM chegou a um ponto que pode se dar ao luxo de renunciar.

A idéia é valorizar só os produtos brasileiros?
As pessoas enlouquecem com o que é genuinamente brasileiro. Fiz aquele jantar para os chefs espanhóis e o que levaram de bom foi a lembrança do turu, da mandioquinha. É o luxo que só nós temos.

O DOM sempre foi um restaurante a frente do seu tempo, servia o que ninguém servia. Nos últimos dois anos, as pessoas comiam no DOM coisas que podiam comer em outros lugares - isso não é crítica aos outros restaurantes, é elogio. Agora, com esse desafio vamos ter de amadurecer mais.

Transcrição do cardápio:
O D.O.M. assume sua primeira vocação: ser brasileiro! Por este motivo renuncia ao uso de foie gras e trufas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tainha seca com banana

1kg de tainha seca ja desalgado e cortada em pedaços
8 bananas da terra maduras
1 cebola media picada
1 dente de alho amassado
2 tomates picados
1 tira de pimentao verde picado
1/2 maçode cheiro verde picado
3 folhas de alfavaca
1/2 chicara de oleo
1/2 kg de farinha de mandioca
2 limões(suco)
Preparo
Em uma panela refogar a cebola, o alho, os tomates, pimentão, cheiro verde e a alfavaca até reduzir para molho(+- 15min), adicione as postas(ou pedaços)da tainha, as bananas cortadas em três, cubra com água, ajuste o sal e cozinhe mais cinco minutos. Faça um pirão do caldo e sirva com arroz com banana passa.

Terroir caiçara 2.ª parte

Nas culturas tradicionais, como a caiçara, que se estende do litoral sudeste entre
o sul do Rio de Janeiro e o Paraná, a culinária entendida como arte de preparar os
alimentos está estreitamente ligada às atividades de produção. Isso se deve ao fato de,ao contrário das sociedades urbano-industriais que importam alimentos de longa
distância, uma parte considerável dos alimentos é produzida pelos próprios caiçaras seja através da pequena agricultura seja da pesca, da caça e do extrativismo de produtos da mata. Uma vez que essas atividades primárias estão fortemente ligadas aos ciclos naturais como a pesca de determinadas espécies no verão e inverno e as atividades agrícolas sazonais, a disponibilidade de alimentos, em quantidade e qualidade está ligada a esses ciclos. Há peixes como a tainha que só aparecem no inverno e a preparação de pratos que usam esta espécie só podem ser feitas nesse período. O mesmo ocorre com os produtos da floresta e da caça.Como a disponibilidade de produtos do mar e da terra é cíclica, também há períodos de penúria e fartura em muitas das comunidades caiçaras...
Além disso, a produção de alimentos entre os caiçaras deve ser entendida não
somente como uma atividade material, mas incorpora relações sociais de ajuda mútua,
como na pesca de arrasto da tainha na praia ou como no mutirão, sistema de entre -
ajuda entre vizinhos para a preparação do solo ou a colheita. Ao final do mutirão, por exemplo, organiza-se o fandango onde os vizinhos e convidados dançam ao som da
viola e da rabeca. A própria produção da farinha de mandioca, alimento básico dos
caiçaras é realizado de forma coletiva na casa da farinha ou tráfico, exigindo a
cooperação de homens, mulheres e crianças que trocam informações sobre a vida nos
sítios e bairros rurais.
Como os caiçaras são os resultados de miscigenação entre índios, portugueses,
(em menor grau dos negros) a culinária também sofre influências desses grupos
humanos. Frequentemente os produtos, como os da farinha são herança indígena, mas
na preparação dos pratos, sobretudo nos condimentos, percebe-se uma clara influência
ibérica.
A culinária caiçara apresenta uma grande influência indígena seja na preparação
de pratos baseados na farinha de mandioca, seja naqueles em que entram os peixes,
carnes de caça. A influência portuguesa também aparece no uso de alguns condimentos
de origem ibérica e, sobretudo, na introdução da cana-de-açúcar, da banana ( de origem africana).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mais leitura (eita insônia)





dicas de leitura


http://www.submarino.com.br/produto/1/21376572/escoffianas+brasileiras

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Carta da rede Burger King à Santi Santamaria, renomado chef catalão

Segue uma carta de uma famosa rede de fast food e a resposta de Santi Santamaria, chef catalão


CARTA DO BURGUER KING
Prezado Santi Santamaria,
Temos o prazer de contactá-lo a fim de lhe propor um grande desafio, à altura dos mais renomados restaurateurs. O Burger King aprecia e valoriza sua arte culinária, sua habilidade criativa na hora de elaborar seus pratos e sua capacidade para fazer do comer toda uma arte, criando uma linguagem única. E são precisamente estas qualidades que o distinguem e o convertem em um dos grandes chefs do nosso país e do mundo, que nos inspiram a superar a nós mesmos. Acreditamos ter conseguido. Depois de anos de trabalho, encontramos a fórmula secreta para transformar um simples hambúrguer de frango no lanche mais delicioso que se possa imaginar. Estamos realmente orgulhosos do nosso novo hambúrguer Honey & Mustard Tendercrisp. Um hambúrguer único no mercado, com 100% de carne de peito de frango e uma combinação perfeita de ingredientes da horta murciana, rrematado com um equilibrado molho à base de mel e mostarda, tudo isso entre pãezinhos salpicados com milho, uma autêntica delícia à altura dos paladares mais exigentes. E para demonstrar que estamos totalmente orgulhosos da nossa receita única, nós o convidamos a nos superar. Perguntamo-nos se você seria capaz de criar um hambúrguer tão delicioso como o nosso, se seria capaz de superar o melhor hambúrguer de frango do mundo: o Honey & Mustard Tendercrisp. Por isso, esperamos que encare este desafio com boa vontade e com muita competitividade. Ficaremos encantados em vê-lo experimentar o nosso hambúrguer e encarar o desafio de elaborar para o grande público um hambúrguer de frango que supere o nosso.
Cordialmente,
Jesús Manuel Muñoz
Gerente de Marketing de Impacto Burger King, Espanha

RESPOSTA AO DESAFIO DO BURGER KING
Ilustre Sr. Jesús Manuel Muñoz,
Como o senhor pode comprovar, sua carta foi de grande utilidade para mim, e saiba que lhe agradeço por me ajudar a meditar sobre a situação da cozinha moderna em nossa sociedade. O senhor me ajudou a escrever este ensaio, que dou por terminado com estas últimas reflexões. Espero que tenha encontrado ao longo do livro um pensamento crítico, em resposta à complexidade dos tempos que nos toca viver, e também a tudo o que se refere à alimentação. Comemos mal, sr. Muñoz, e o senhor sabe disso, como sabem os cidadãos e cidadãs que renunciam frequentar um estabelecimento de fast food, porque seria como iniciar um processo de apagamento da memória, quando a memória é justamente o que nos ajuda a compreender quem somos, onde estamos e para onde desejamos ir. O senhor e eu vemos as coisas de modo diferente. Eu defendo que, na cozinha, é preciso passar do bom ao melhor.

No Burger King, por sua vez, promovem o passo de grande a gigante: de Big King a Big King XXL, um hambúrguer de quase mil calorias que, acompanhado das correspondentes batatas fritas e um refresco açucarado, aporta em uma única ingestão mais calorias que aquelas necessárias a um adulto em um dia inteiro. O Ministério da Saúde e do Consumo denunciou que a campanha do Big King XXL era contrária aos princípios da Estratégia para a Nutrição, Atividade Física e prevenção da Obesidade (Naos) e recordou, de passagem, que os hambúrgueres do Burger King contêm enormes quantidades de gorduras “trans”, que baixam o colesterol “bom” e aumentam o colesterol “mau” no sangue, e por isso seu uso já está legalmente proibido em cidades norte-americanas como Boston, Filadélfia e Nova York. O Burger King se manifestou sensível às “preocupações culturais e geográficas” dos países onde opera. Foi o que disseram seus escritórios de Miami depois que as autoridades da Costa Rica baniram sua publicidade por considerar que fomentava a violência e atentava contra a imagem da mulher, da moral e dos bons costumes. Mas a verdade é que, com sua política de mercado global e produtos clonados, o Burger King converte o consumidor em vítima de uma alienação que o afasta de sua terra sem sair dela. Pode ser que o senhor me tache de intolerante, fundamentalista ou dogmático. Mas não posso ser tolerante com o que está mal, e tenho a obrigação moral de denunciá-lo.

O presidente executivo mundial do Burger King, John Chidsey, declarou a The Wall Street Journal que sua empresa tem três grandes objetivos: 1. crescer, aumentando sua penetração nos setenta países nos quais o Burger King já está presente; 2. aproveitar a conjuntura da crise para comprar produtos baratos e se beneficiar do fato de as pessoas não poderem comer em restaurantes mais caros; 3. colaborar com a necessidade cada vez maior de se economizar tempo, permitindo às pessoas que comam no menor tempo possível. O sr. Chidsey não dizia se ia obedecer à solicitação dos senadores Edward Kennedy e Sherrod Brown, que em março de 2008 escreveram aos mais altos executivos do Burger King instando-os a melhorar as condições de trabalho dos funcionários que trabalhavam para eles em condições que beiravam a escravidão. Na carta que o senhor achou por bem me enviar, não havia a informação de que seus principais clientes eram jovens entre 15 e 30 anos, nem que suas campanhas publicitárias se dirigem sobretudo ao público infantil, mais sugestionável, e o qual esperam fidelizar pelo resto da vida. Isso explica sua expansão na Espanha: a inauguração de seu primeiro estabelecimento no país, na praça dos Cubos de Madri, se deu em 1975, e hoje são 493 restaurantes Burger King no país, 90% em regime de franquia.

Nossa sociedade se preocupa em lutar contra a obesidade, sobretudo a infantil. Sua empresa oferece menus hipercalóricos para crianças que odem ter seus níveis de açúcar e colesterol no sangue perigosamente aumentados. São esses os hábitos alimentares que um pai ou uma mãe desejam que seus filhos adquiram? Enfim, tenho a satisfação de anunciar-lhe que não só não aceito o desafio, como expus no início deste livro, mas, a partir de hoje, depois de ter me informado de sua história, seus produtos e sua trajetória como empresa, têm em mim um inimigo declarado. Saiba que, em nome da cozinha, penso me dedicar cada dia mais a uma pedagogia ativa em favor de uma alimentação saudável, saborosa, respeitosa com o território e em conformidade com nossas culturas mediterrâneas.
Atenciosamente,
Santi Santamaria
Cozinheiro

fonte:http://vejabrasil.abril.com.br/blog/de-origem-carioca/2009/10/a-cozinha-a-nu-de-santi-santamaria/

Cozinha afetiva

Sabe aquela sensação gostosa de quando um alimento nos faz lembrar da comida da avó? Ou de uma tarde no sítio? Ou ainda, de uma data especial? Aquela sensação que nos deixa intrigados com a comida, que, mesmo quando estamos saciados, ainda nos transportam através da memória gustativa....pode ser uma tainha assada e bananas inteiras na brasa...pode ser aquele ovo frito bem molinho que a gente estourava a gema em cima do arroz...pode ser aquele churrasco com bastante sangue e gordura que o tio Rubens fazia no celofane...enfim, quando conseguimos causar esse efeito, podemos dizer que estamos com o dia ganho...nada dá mais prazer a um cozinheiro do que aquela energia boa de fazer comida. E ponto.

Bolinho de arroz
sobras de arroz
ovo
queijo ralado
cheiro verde
sal